PARADISE (isn't) LOST
Quatro séculos separam John Milton da actualidade, mas a sua obra “Paraíso Perdido” continua a inspirar e a desafiar através de temas universais que ecoam na ética contemporânea.
Somos conduzidos numa jornada intelectual e moral que transcende os tempos, colocando no centro a natureza humana e a sua intrínseca complexidade, sendo cuidadosamente explorada a ideia de sermos seres dotados de livre-arbítrio e capazes de fazer escolhas que moldam o nosso destino. A responsabilidade individual emerge como um fio condutor, lembrando-nos de que as nossas decisões têm sempre consequências.
A ética e a moralidade permeiam a narrativa, desafiando a compreensão e a distinção entre o bem e o mal, destacando a importância de agir de acordo com princípios éticos e alertando sobre as consequências da transgressão das normas morais.
A busca pela redenção e pelo crescimento moral é igualmente um tema vital, apresentado através de Adão e Eva na busca pela redenção após a queda, sugerindo que o potencial de superar as nossas falhas e construir uma vida moralmente virtuosa está ao alcance de cada um.
A beleza da criação é celebrada através do incentivo, valorização e preservação da natureza. Hoje, a responsabilidade ambiental, a sustentabilidade e a sua defesa, nunca estiveram tão presentes. O respeito pela criação é um valor que transcende épocas, tornando-se uma preocupação eterna.
"Paraíso Perdido" oferece uma visão profunda sobre a humanidade, a liberdade de escolha, a responsabilidade individual e a busca da virtude apenas possível pelo bem.
Muito mais tarde, diria-nos Marcel Proust, "Os paraísos perdidos estão somente em nós mesmos”.
Estará o Paraíso perdido?